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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Nato

faço-me silêncio
e assim vivo
a observação me mantém em pé
é que nos maiores dias:
eu só sobrevivo.
com frequência cambaleio
entre o ódio e a calma
eles afagam meu anseio
de buscar a cura para tudo que me vem
para a alma.
busco luz
para além da vaidade
me faço luz
para todos os efeitos:
liberdade!

terça-feira, 6 de maio de 2014

ausência

Não sei escrever o que é ficar tentando se achar num labirinto que criei dentro dentro de mim sem perceber. "Mas o que é isto? Mas como aquilo?" Fico perguntando. É como acorrentar as próprias pernas querendo correr. Não tem cabimento, não tem lógica. E que cabimento deveria ser? Como devo caber e descaber no mundo? Qual meu espaço por aqui? Ou seria, por ali?
Não, não! Eu mesma criei isto, porque é tão difícil me achar dentro das paredes de minha própria construção?
Ah, mas que pobreza de respostas.
Sei que elas devem chegar no tempo certo, mas não to achando mais buracos pra enfiar as aflições, deve ser porque estou andando em círculos aqui no labirinto e já tampei todos os disponíveis nessa região. Tenho a leve impressão de que estou passando sempre por alguma portinha mais miúda e deixando a preguiça me impedir de repará-la.
Oh céus! O mundo precisa de mais sorrisos e menos praticidades. Isto me machuca.
E não conseguindo sorrir, acabo encostada num corredor repetido, pra poupar o mundo de mais melancolia.
É neste momento que bate o frio...