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quarta-feira, 18 de julho de 2018

eu e ela

ela é como fogo, eu como gelo. eu e ela dariamos um bom equilíbrio, mas temos dificuldade em medir as temperaturas, hora somos ela demais, hora somos eu demais. eu e ela somos picos intensos, como pedaços de gelos inseguros ou faíscas de fogo inconsequentes. eu e ela, se pensar bem, somos até parecidas demais. sentimos o medo da vida, sentimos a necessidade do apego, a vontade do desconstruir, do evoluir. eu e ela somos tão parecidas até na hipocrisia, na mentira. no tesão diário que cresce, nas fantasias mais sujas, nos desesperos e desejos. eu e ela tem vezes que eu nem sei. tem vezes que parece algo necessário nessa parte da vida, outras vezes parece que é pra sempre. eu e ela ninguém mais aguenta, chora, xinga, briga, bate, morde, alisa, beija, fode e ama. mas ninguém sabe do nosso fundo. eu e ela sabemos de todos os motivos, dores e abrigos. é tempestade que parece sem fim, mas concluí que eu e ela sem arder, não íamos nunca nem nos conhecer.

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