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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

fotografia da lua

Minhas fotografias. Eu, estando à frente ou atrás da câmera. São meu desabafo, minhas expressões jogadas nesta multidão estremecida, meu olhar à pureza de cada pequeno acontecimento ou gesto, que estão minguados por véus psicológicos.
A pureza até do escuro, da sombra onde nos escondemos, nos vestimos, montamos e despimos para ser quem queremos ser.
Eu me retorço e pego-os retorcendo seus corpos em busca de prazer, alguns chamam de paz. E quando não consigo distinguir o que já é bom ou ruim dentro da dor, eu estampo e a imagem que sai me acalma. Mesmo que não seja nítido o acontecido, a imagem se fez assim, e assim que ela é. Como a calma e o egocentrismo da lua, ninguém precisa dizer o que ela é e o que faz. Ela apenas esta lá, fazendo seu papel no equilíbrio da natureza, e o tempo a faz gloriosa pra nós sempre que escurece.
Minhas fotografias, como todas que existem ficarão eternizando momentos ali, sempre ali. Reparamos e a sentimos quando nos convém.
A crise nunca vai passar? Não sei, mas pelo menos é bela. Não que minhas felicidades não gerem beleza. Geram também. Mas costumamos apreciar mais o que vem da sombra, é mais intenso. Bem, eu que me retorça com as minhas angustias.

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