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segunda-feira, 20 de julho de 2015

escritos de janela

Me dei conta do quanto estou aprendendo a fluir. É, fluir. Desligar um pouco das cobranças de querer ser e só ser porque é natural. Porque dá vontade. Um dia parei no meio de tudo quando o sol bateu no meu rosto, senti aqueles raios clareando muito do que estava turvo em minha mente. Percebi que fluir é expandir a sensibilidade do que faz bem ou mal pra alma, a consciência da interação de um alimento no corpo. Sólido, líquido, luz! Fluir é assumir do que gosta e dançar esses gostos do jeito que melhor sair. Deixar sair tudo que for necessário. Conseguir medir o que pode ficar aqui dentro e o que precisa, precisa mesmo, expandir.
Fluir comigo, sendo uma. Fluir pra fora, sendo mais. Ser alguém a mais com outros, sem querer exigir que eles deixem os tantos outros que todos nós temos a possibilidade de ser. É quando toda a força que a gente faz pra tentar, deixa de pesar tanto pela satisfação de conseguir.
É acreditar nas próprias viagens. Viajo tanto, longe, estando apenas em uma estrada. Mas sem pressa, cada uma se realizará no seu tempo e algumas, as vezes, sinto que nem me dei conta ainda que já vem se manifestando. Mas é isso, é do nada sentir propriedade de um momento por saber que levantei, respirei fundo e flui pra chegar até aqui. Não sei se os caminhos escolhidos são os melhores, com certeza não, mas se venho sentindo paz, a busca pela evolução é consequência. Eu não quero mais parar.
A vida está sorrindo, o ônibus está seguindo e eu olho pra esse mar à minha frente... Ô mar. É como estar em casa, finalmente me sentir aqui dentro, sabe como é?

"I live by the ocean
and during the night
I dive into it
down to the bottom
underneath all currents
and drop my anchor
this is where I'm staying
this is my home"
bjork

É lindo demais. Por vezes ainda doloroso, mas são só os nós muito apertados que estão se afrouxando.
Não é uma questão só de tentar, é de se deixar, é de fluir.

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